quinta-feira, 17 de março de 2011

Sem tirar onda com ninguém

Acho que estou ficando velha, ou, quem sabe, apenas distraída. Outro dia busquei desesperadamente por umas fotos batidas em 19 de agosto, as quais não se encontravam no chip da câmera digital, nem salvas no micro. Precisava delas para uma tarefa importante.

Consultei um fotógrafo profissional sobre como recuperá-las. Fácil. Bastava levar o chip até sua loja e ele regataria todas as 60.000 já deletadas, pela módica importância de 0,35 cada. Gastaria aproximadamente R$ 21.000,00, para recuperar 2 fotos que fiz como voluntária.

Tentei resolver com minha grande amiga e técnica em informática, a Paty. Recomendou-me um programa de recuperação de fotos deletadas. Funcionou lindamente, mas as fotos que eu precisava não apareceram. Lei de Murphy?

Dias depois, fui ao banco resolver um problema com a senha do cartão. A funcionária, Carolina – um anjo de paciência e competência – tentava em vão fazer com que o sistema aceitasse a senha que ele insistentemente anunciava bloqueada.

Quase uma hora no banco, muitas idas e vindas até o atendimento eletrônico, trocas infinitas de senhas, eis que o mistério se soluciona: fornecera o número da conta de minha mãe e tentava fazer o sistema atualizar a minha senha. E, como rir é o melhor remédio, pedi desculpas à gentil Carol e rimos muito juntas.

Ah, sobre as fotos, descobri que não fui eu quem as bateu, foi um amigo que compartilhava o evento e que ao me ouvir mencionar o desastre, questionou:

-Por acaso não seriam as fotos que lhe enviei por email?

Só resta juntar-me às colegas de Academia e solidariamente trocar opiniões sobre nossas limitações – a perna esquerda é a que fica do lado esquerdo, mas de frente ou de costas? Como o seu braço direito está de frente para o meu esquerdo? Ou refletir sobre nossos esquecimentos: um dia o pente, outro a toalha de banho, o sabonete, a bengala e até a calcinha (nem sempre tão inha...). Tudo com muito deboche, ego massageado e alegria de viver.

Afinal “não é qualquer um que chega à melhor idade (para os médicos, laboratórios farmacêuticos...), “com este corpinho sarado, dando de dez nessas garotas de umbiguinho de fora e com toda esta disposição!” e olhe que não estou me gabando, foi o simpático e divertido cobrador do micro ônibus, que soltou essa pérola, ante o meu pedido para descer pela frente com o RG em punho, e ainda gritou pela janela do coletivo, depois que desci: “65?! Tá tirando onda com a minha cara?!”

3 comentários:

  1. adorei. A gente passa por essas coisas todo dia, mas o difícil é relatá-las com tanta delicadeza.

    bjs.

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  2. è de uma doçura singela, bj Shirley

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  3. Eta 'brabeza' que lisonjeia!

    Camilo Roberto
    Rio Preto (SP)

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