sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo!!


Dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação. Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro. Procure um lugar próximo à janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem.

Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.

Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem. Desdobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada, e fique atento ao apito da partida. E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou não hesite. Desembarque nela os seus sonhos...


 Desejo que a sua viagem pelos dias do próximo ano, seja de PRIMEIRA CLASSE. Lembre-se, para que você tenha um ótimo Ano Novo, você não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar pelas besteiras que fez e falou durante o ano que está se findando. Nem acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro, as coisas mudem e tudo seja claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, a começar pelo maravilhoso direito de viver.


Mas que para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você tem de merecê-lo, tem que fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, faça com que seu 2013 seja diferente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre. Que o seu 2013 seja, 2013 vezes melhor do que 2012.
                                                                                                                             (Desconheço o autor)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Música sob a minha janela

Outra lembrança marcante de natais de um passado mais recente transporta-me a 1984, quando decididos a retornar a capital por força do trabalho, iniciamos a busca por um imóvel onde coubesse a família e que coubesse no orçamento familiar. Uma combinação nem sempre fácil de alcançar. Mas para cá viemos, e dá-lhe busca!

Estávamos nesse afã, quando em certo sábado do mês de dezembro, depois de visitar alguns imóveis fomos parar em um restaurante na Alameda Santos esquina com Joaquim Eugenio de Lima. Ficava no térreo de um edifício residencial e oferecia boa comida por bom preço.

Almoçávamos meu marido e eu, quando o alegre som de uma banda vai crescendo e invadindo o ambiente. Quatro senhores idosos, com seus instrumentos reluzentes, dos quais me lembro do trombone, do pistão de vara e da marcação de um bumbo, passavam de mesa em mesa, entoavam tradicionais canções natalinas com animação e após os aplausos e alguns trocados lá se foram pela rua sumindo aos poucos junto com sua música.

Depois que nos mudamos, por muitos finais de ano os vi passarem pelas ruas do Paraíso e muitas vezes, fiquei debruçada na janela do apartamento, onde coube a família e que coube no orçamento familiar, apreciando aquele concerto singelo.

Já acostumados, paravam sob minha janela tocando até que lhes jogava uma “caixinha”. Tornaram-se para mim os anjos da anunciação da chegada da até então, mais esperada festa do ano.

Tempos depois, cuidava de meus pais já há algum tempo, portanto foi após 2004, passando pela região do Paraíso, deparei-me com um deles, mal conseguindo suportar o peso do instrumento, tirando acordes tristes como ele mesmo, cambaleando em meio ao corre das gentes, no anoitecer de sexta feira, molhada pelas lágrimas frias da natureza que por certo como eu chorava diante da melancólica figura do músico solitário.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Chega dezembro e com ele boas lembranças


Na adolescência passei a participar mais assiduamente das festividades na Igreja do Sagrado Coração. Naquela época, o ciclo natalino era vivenciado intensamente e a liturgia da data muito bem elaborada.



Lembro-me dos ensaios onde jovens Marianos, Filhas de Maria, Legionários de Maria e Catequistas reuniam-se, para, sob a batuta do professor Ari, e orientação do vigário, Padre Ângelo Gianola, ensaiar o “Adeste Fideles” em latim além da tradicional Noite Feliz e do “Exultai ó filha de Sião”, ensinada pelo próprio vigário italiano, que às escondidas imitávamos: "Ecsulllltai ô filia de Sion o senhorrrr chegarrrá!”.

À meia noite do dia 24 de dezembro a Missa do Galo era solene. Toda a comunidade atuante presente. No altar, padres do PIME e convidados, acólitos, coroinhas e o senhor Emílio Toscani, príncipe italiano, já idoso, cuidando do cerimonial com austeridade.

A igreja lotada. Além das pessoas que sempre frequentavam as cerimônias, nessa noite ali se encontravam aquelas que só iam à igreja para as missas nas datas festivas, a maioria com roupas novas e perfumadas, cujo olor, misturado ao do incenso e ao ar da noite, produzia um aroma característico que com aquele, das castanhas cozinhando, emergem das minhas lembranças como “cheiros de Natal”.

E nada melhor do que caminhar rumo ao Natal com  este ADESTE FIDELES