quarta-feira, 24 de julho de 2013

E o milagre já acontecia...


Nos primeiros dias de março, postei esta foto e intitulei de “À espera de um milagre”. Estava no hospital, com a minha irmã internada há pouco mais de uma semana, com um diagnóstico cruel e sem muitas perspectivas de solução, conforme informação da equipe médica. Restava-me apenas a fé e a confiança em Deus e a Ele, humildemente orei e pedi aos amigos que o fizessem.

Sempre inicio minhas orações, adaptando a frase do centurião romano em Cafarnaum: “senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e meu servo será curado” (Lucas 7,1-3).

Dia após dia, os resultados dos exames não se alteravam e novos tratamentos eram prescritos. Tratamentos invasivos, dolorosos, de alto risco. Na verdade, os últimos recursos de que a medicina dispunha naquele caso. Foram 19 sessões de plasmaferese, em dias alternados, onde por meio de uma máquina, todo o plasma é trocado por outro, de doadores. Mais de 240 bolsas. Transfusões de sangue para repor as hemácias destruídas e, diariamente, durante 43 dias, sessões de hemodiálise, que a debilitava de tal maneira que não tinha forças para falar.

A um pedido, dezenas de pessoas compareceram para doar sangue. Atitude de quem ama verdadeiramente o próximo e aos quais seremos eternamente gratos.

Depois de 53 dias de internação, viemos para casa. A única coisa que me mantinha equilibrada era a fé, pois humanamente falando, minha irmã não sobreviveria ao mal que a acometeu, mas o milagre que eu esperava, já estava acontecendo muito antes daquele dia.

A descoberta “por acaso” de um tumor, o cirurgião certo, o patrão que ajudou muito, o resultado da biópsia pós cirúrgica, o patologista, sem que o soubéssemos, o melhor do Brasil em biópsia de rim, a competente hematologista, responsável pelo acompanhamento do quadro e outras pequenas coisas, nos mostram dia após dia , que nossa fé não é vã, que como em Cafarnaum, basta-nos recorrer ao Senhor e estaremos salvos de todos os males.


Hoje ela faz 2 sessões de hemodiálise por semana, os exames apresentam  melhoras, ela sente-se disposta para ir e vir, cuidando de suas coisas, a ponto de no domingo, dia 14 de julho, até concordar em fazer um passeio no Parque Burle Max a convite do Mike, um bom amigo, que muito a tem ajudado.

Eu continuo, não à espera de um milagre, mas agradecendo a cada segundo do dia, o momento em que minha irmã, retomará a vida normal, sã, e este ano de nossas vidas seja uma lembrança de maus momentos com um final feliz.