terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Velha sem noção!



Um rio. Não um simples rio. O Rio da Prata. Largo, límpido, caudaloso, quase intocado, com os cardumes à vista e os Dourados reinando sobre eles. Balneário Municipal de Jardim – MS.


 O leito se estreita, uma cachoeira se avizinha e despeja as águas por vários sulcos cavados entre as rochas formando corredeiras vertiginosas.



Uma corda de poucos metros une as margens, presa nas rochas, a poucos centímetros do nível água. É ali que o melhor acontece, para poucos, para quem confia na eficiência de suas braçadas ou para quem como eu, tem anjos sem asas que incentivam a tresloucada aventura e zelam pela segurança.


Nadamos à margem oposta e para voltar necessário se fazia atravessar a corredeira. Todos jovens, pularam, uns segurando os outros e lá fiquei na margem. À minha frente, Artur, Cynthia, Bruna e Júnior, com seus sorrisos lindos, de mãos dadas, lutavam com a correnteza e gritavam em coro: “pula vó! Pula! A gente te pega!”.

Hesitei e pulei. 

Em segundos a mão forte da Bruna me segurava e punha em pé. Todos riam. Eu chorava de emoção e beijava meus salva vidas. Agora faltava atravessar a corredeira mais larga segurando a corda. A força da água anestesia os músculos. Só dependia das mãos e da ajuda de alguém para sair do turbilhão do outro lado. Fantástico. Adrenalina pura.

Como se não bastasse, na semana seguinte voltamos ao Balneário de Jardim, agora mais “experiente” e acompanhada de filha e netos, lancei-me em novas aventuras. Saltar a corredeira pulando e segurando na corda, nadar até onde dá pé, mergulhar na correnteza mais forte e se deixar levar rio abaixo, nadar até a plataforma de saída, e quase sem fôlego ouvir a neta pedir: “vamos de novo vó!”. E lá íamos nós.


Jamais imaginei que na contagem regressiva da vida, teria saúde e coragem para tanto e que fazer essas artes poderia ser tão bom. Obrigada Senhor!

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