sexta-feira, 11 de março de 2016

Um dia errado quando tudo deu certo


Dia desses assisti ao file “Amor certo na hora errada”. Água com açúcar, mas divertido e nele me inspirei para dar título ao texto. 

Renovação da CNH agendada, acordo cedo, me organizo e como sempre, chego ao poupa tempo com uma hora de antecedência. Um jovem simpático explica que deveria esperar a hora agendada e que chamaria pelo horário. 

O tempo passa, passa, passa, o jovem simpático se foi e quando faltavam 15 minutos para o horário, consultei a jovem não tão simpática que o substituía, que dispara: “Tá liberado faz tempo”.

Desculpa, esqueci a bola de cristal em casa... 

Dirijo-me ao guichê onde a atendente, cujo nome não vi, o crachá continha apenas os valores das taxas, e ela, com um olhar condescendente fala baixinho: “A senhora não pode renovar agora, ainda faltam dois meses, volte em abril...”.

Ops! Tinha certeza que era abril!

Abalada pela descoberta, respiro fundo, paro para me concentrar e verificar se mais alguma coisa estava fora de lugar na gaveta dos neurônios.

Aparentemente não, então segui por um caminho diferente - mudanças fazem bem ao cérebro – e achei-me diante da Estação Largo Treze, da Linha Lilás do Metro. Entrar ou não entrar? Eis a questão. Por curiosidade entrei. 

Linha Largo Treze – Capão Redondo lá vamos nós conhecer novas paragens, que logo se revelaram não tão novas, pois os trilhos acompanham exatamente o caminho que fazia com meu pai quando o levava à pescaria, e reconhecia cada palmo do trajeto. 


Na volta, desci na Estação Santo Amaro onde, da passarela envidraçada fotografei os bandos de garças que se alimentavam às margens do mal tratado Rio Pinheiros e fiz a conexão com a CPTM, linha Osasco-Grajaú – que um dia irei explorar - e desci na Estação Morumbi, onde o relógio marcava 10h e 40min, horário que não conferia com o dispositivo “termo-horárico” da Marginal, que marcava 12h. Afinal pra que dois relógios se forem marcar horários iguais? 

Na dúvida, consultei meu estômago e decidimos entrar no shopping e almoçar. Logo na entrada deparo-me com a loja onde compro minhas sementes e ali, entre aqueles produtos naturebas, lembro que deixara o almoço pronto, então por que mais um gasto? 

Saio em busca de um ponto de ônibus. Avisto um de cada lado da avenida. E agora,  com corredor e sem corredor? Ó céus! O quê fazer? Vou para o ponto do corredor e, o tempo passa e só passam ônibus que param no outro ponto. Sigo pra lá e, imediatamente passam dois ônibus no outro ponto. Não vou voltar...

Por fim, chega o coletivo e logo constato que deveria ter voltado, os ônibus do corredor param mais próximos de casa. 

Mas, o que seria de nós sem o, MAS? Mas, ao descer acho-me exatamente diante da rua onde mora meu amigo Carlos, quase 90 anos, a quem prometi restaurar uma imagem de Nossa Senhora da Salete. O sorriso dele ao me entregar a santa, me faz entender a frase ouvida num curso de vendas há muitos anos: “tudo pode ser sorte ou azar, depende do que vem depois”. 

Ah! Cheguei em casa às 12h em ponto – o relógio da estação é que estava certo.