Nos primeiros dias de março, postei esta foto e intitulei de “À espera de um milagre”. Estava no hospital, com a minha irmã internada há pouco mais de uma semana, com um diagnóstico cruel e sem muitas perspectivas de solução, conforme informação da equipe médica. Restava-me apenas a fé e a confiança em Deus e a Ele, humildemente orei e pedi aos amigos que o fizessem.
Sempre inicio minhas orações, adaptando a frase do centurião romano em Cafarnaum: “senhor eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e meu servo será curado” (Lucas 7,1-3).
Dia após dia, os resultados dos exames não se alteravam e novos tratamentos eram prescritos. Tratamentos invasivos, dolorosos, de alto risco. Na verdade, os últimos recursos de que a medicina dispunha naquele caso.
Foram 19 sessões de plasmaferese, em dias alternados, onde por meio de uma máquina, todo o plasma é trocado por outro, de doadores. Mais de 240 bolsas. Transfusões de sangue para repor as hemácias destruídas e, diariamente, durante 43 dias, sessões de hemodiálise, que a debilitava de tal maneira que não tinha forças para falar.
A um pedido, dezenas de pessoas compareceram para doar sangue. Atitude de quem ama verdadeiramente o próximo e aos quais seremos eternamente gratos.
Depois de 53 dias de internação, viemos para casa. A única coisa que me mantinha equilibrada era a fé, pois humanamente falando, minha irmã não sobreviveria ao mal que a acometeu, mas o milagre que eu esperava, já estava acontecendo muito antes daquele dia.
A descoberta “por acaso” de um tumor, o cirurgião certo, o patrão que ajudou muito, o resultado da biópsia pós cirúrgica, o patologista, sem que o soubéssemos, o melhor do Brasil em biópsia de rim, a competente hematologista, responsável pelo acompanhamento do quadro e outras pequenas coisas, nos mostram dia após dia , que nossa fé não é vã, que como em Cafarnaum, basta-nos recorrer ao Senhor e estaremos salvos de todos os males.
Hoje ela faz 2 sessões de hemodiálise por semana, os exames apresentam melhoras, ela sente-se disposta para ir e vir, cuidando de suas coisas, a ponto de no domingo, dia 14 de julho, até concordar em fazer um passeio no Parque Burle Max a convite do Mike, um bom amigo, que muito a tem ajudado.
Eu continuo, não à espera de um milagre, mas agradecendo a cada segundo do dia, o momento em que minha irmã, retomará a vida normal, sã, e este ano de nossas vidas seja uma lembrança de maus momentos com um final feliz.
Assim seja, amém
ResponderExcluirabraços
Marcia Ovando
Obrigada Marcia! Abraço!
ResponderExcluirLídia, estamos no Ano da Fé. Cada gesto, cada ato de fé é como um "grãozinho de mostarda", que é capaz de transportar montanhas. Viver assim é assumir o Evangelho na própria vida. Que bonito! Lindo exemplo de dedicação, fé e amor. Continuamos rezando e colocando-nos à disposição da Santa Vontade de Deus. Abraço! Ir. Lorena
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