sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
SÃO PAULO 458 ANOS
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Desconectada? Só da internet...
domingo, 15 de janeiro de 2012
Aprendendo a ensinar
Um antigo comercial dizia: " O mundo gira e a Luzitana roda". Acrescento: "e eu não saio do lugar..."
Em 1963, cursava o segundo ano do Curso Normal e era catequista na Paróquia do S C de Jesus, na Av Morumbi, Brooklin e foi ali que graças ao Pe. Bruno Turatto enfrentei minha primeira turma de alunos, no Curso de Alfabetização de Adultos, que funcionava numa sala da igreja.
O trabalho era voluntário, rendendo apenas pontos, o curso era mantido pelo governo do Estado, que fornecia o material didático e fazia a supervisão por meio da 8ª Delegacia de Ensino. Nossa supervisora na época era dona Zulmira e a delegacia localizava-se na atual av. Vereador José Diniz, próximo ao balão do bonde.
Assim, lá fui eu, com 17 anos, salto alto, roupa sóbria para parecer mais velha, brincar de professora diante de uma classe de 1ª série, com 30 alunos, onde o mais novo tinha 18 anos e o mais velho 44.
Lecionar sempre fora meu sonho e lecionar para aquela turma de adultos empenhados em traçar as primeiras letras apesar do cansaço da jornada trabalhada, era a realização do sonho.
Operários da construção civil, domésticas, vigias, ajudantes diversos, olhares atentos, sentados à minha frente, naquelas carteiras inadequadas, absorviam cada palavra, cada gesto meu, e a cada palavra decifrada, se emocionavam como crianças.
O mais velho, seu Alvin, um negro enorme, era motorista de caminhão em um depósito de materiais de construção, bem longe do Brooklin. Chegava sempre atrasado, meio alcoolizado e envergonhado. Um dia, após faltar uma semana, apareceu para se despedir. O caminhão morrera sobre a linha do trem e fora atropelado, só restando a cabine, por sorte, com ele dentro. Foi despedido e voltava para sua terra, Minas Gerais.
O mais novo, João, um jovem delinqüente, oriundo da favela do Buraco Quente tinha um caderno de desenho e rascunhava nele o tempo todo. Quando eu solicitava suas lições, me mostrava os desenhos pornográficos que fazia. Desenhava bem, um talento desperdiçado. Como todas as tentativas de fazê-lo entender que seu comportamento era inadequado foram em vão, acabou sendo expulso do curso pelo padre diretor.
Os outros alunos, com exceção do Carivaldo que até o fim só lia t–a = ta / t - u = tu / tatu, terminaram a Cartilha Caminho Suave e receberam o primeiro livro em outubro, com direito à festa, comes e bebes.
Foi uma experiência enriquecedora e determinante na minha vida, pois ao aprender alfabetizar com aquela turma de adultos, decidi tornar-me professora alfabetizadora e o fui até o fim de minha carreira.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Minha madrinha de Batismo
Minha madrinha era uma gaúcha, filha de escrava com português. Era mulata, alta, talvez da minha altura, cabelos levemente crespos. Quando jovem, sofreu muito com as insanidades da mãe, que bebia e tinha distúrbios mentais, a ponto de despejar o urinol sobre a cabeça de seresteiros que em noites enluaradas faziam serestas à sua janela, matando-a de vergonha.
Veio para São Paulo e casou-se com um belo jovem filho de portugueses, loiro de olhos azuis. Tiveram cinco filhos, todos tão diferentes um do outro, quanto o próprio casal. O primeiro Roberto, não conheci, morreu antes do meu nascimento, era negro, como seu ídolo no futebol: o Baltazar e esse era seu apelido no time da turma da criançada da Vila Indiana. Arrancou um dente, jogou futebol escondido da mãe – que estava no trabalho – a tarde toda, debaixo de um sol escaldante. Teve febre alta e foi constatado meningite. Quando o antibiótico chegou ao aeroporto de Congonhas ele já estava sendo velado. O segundo, Antonio, moreno, participava de campanhas políticas e acabou sendo agraciado com o cargo de fiscal de feira na eleição em que seu candidato saiu vitorioso. O outro, João, louro sarará de olhos azuis, era, com a mãe, padrinho da minha irmã Jussara.
Depois vinha a Cida, única filha mulher, morena e linda e por fim o Getúlio, que tinha esse nome em homenagem ao então “Pai dos Pobres”, Getúlio Vargas, que minha madrinha venerava, tanto que sempre manteve um retrato do ditador/presidente, num quadro, na parede da sala. Foi quando amamentava esse menino, no início da década de 40, que estreitou seus laços de amizade com minha mãe, cuja família já conhecia do bairro de Indianópolis.
Nessa época, dona Izabel, assim se chamava minha madrinha, era ama de leite de um menino filho de uma família judia do bairro. Chegou até eles por indicação do Dr. Maurício, pediatra da Cruz Vermelha, ali na atual Avenida Ruben Berta. Contava ela, que ao apresentar-se à mãe do garoto, prematuro, que se não se alimentasse de leite materno morreria, a mãe começou a chorar compulsivamente. Ela não entendeu nada, mas, mais tarde, soube através da própria mãe, que naquele momento temera que seu filho sendo amamentado por uma negra, se tornasse negro também e na manhã seguinte foi ao consultório do pediatra para tirar essa dúvida, fazendo-o rir muito. Tornaram-se amigas e minha madrinha sempre contou com a ajuda daquela família.
Como a patroa precisava de alguém para fazer-lhe companhia e ajudar com os cuidados do pequeno Bernard Claude, dona Izabel indicou minha mãe para a tarefa, que lá ficou até 1943 quando a família se mudou para a Brigadeiro Luiz Antonio e ela, estando para se casar, não acompanhou.
Dona Izabel e minha mãe permaneceram grandes amigas. Ela foi testemunha do casamento civil de minha mãe e quando nasci foi a escolhida para madrinha de batismo. Foi também madrinha de batismo da Jussara, minha irmã mais nova e de Crisma da Sid, a do meio, pois como concordavam as duas comadres, ela deveria ser madrinha de todas nós, tão grande era a amizade e consideração entre elas.
Enquanto viveu, sempre nos visitou atenta ao nosso desenvolvimento, presenteando-nos nos natais e aniversários, alegrando-se com nossas alegrias e solidarizando-se com nossas dificuldades. Foi ela também, junto com minha madrinha de Crisma, testemunha de meu casamento civil.
Lembro-me que todas as vezes que vinha em nossa casa, trazia um delicioso bolo de fubá com erva-doce e canela com açúcar por cima. Jamais experimentei um bolo de fubá tão bom como aquele. Embora tivesse apenas um rim, tomava caipirinha e cerveja, quando saía com as amigas. Curtir as amigas, sair a passeio ou às compras com elas, sempre se constituiu para ela motivo de grande prazer.
Meu padrinho faleceu quando eu tinha 4 anos, vítima de um infarto. Apenas me lembro dele abaixado, segurando minhas mãos, com o rosto bem próximo ao meu e aqueles lindos olhos azuis olhando os meus e dizendo que crianças têm o hálito dos anjos. Depois me mandava recitar a “Batatinha quando nasce”, que eu sabia de cor desde meu primeiro ano de vida e sorria satisfeito. No dia de seu velório, realizado em casa, me lembro de que as mulheres mais velhas não queriam deixar minha mãe, grávida, e eu por ser criança, vê-lo morto, mas como em nossa família nunca houve esse tabu, minha mãe levou-me para vê-lo pela última vez, mas não me lembro do que vi.
Depois disso, a vida de minha madrinha virou uma verdadeira batalha para criar os quatro filhos. Lavava, passava, fazia faxina, fazia crochê para vender e salgados para bares e restaurantes. Conseguiu fazer deles, pessoas de bem, honestas e trabalhadoras, que a apoiaram na velhice.
Quando idosa, embora humilde, vestia-se bem, sempre com roupas de cores alegres. Usava baton bem clarinho, pó de arroz Cashemere Bouquet e mantinha os cabelos, que eram bem curtos e completamente brancos, sempre com um tom azulado ou lilás, que realçava sua cor e dava-lhe um ar de distinção. Tinha bom gosto ao escolher suas águas de cheiro o que fazia com que fosse muito agradável abraçá-la.
Tinha escolhido e bem cuidado no guarda-roupa, o vestido longo com que deveria ser enterrada e um pedido à família: que não faltassem orquídeas em seu velório.
Pouco antes de ver o neto que ajudou a criar formar-se médico, faleceu devido a um câncer no estômago.
Ela vive em nossos corações, seja pelo tecido com que nos presenteou em determinado Natal e assim tivemos vestidos novos, seja pelo sagu de abacaxi que fazia e era a única coisa que minha mãe não gostava, ou pelo café, que gostava de tomar tirado diretamente do coador, fumegante... ou aquela toalha de crochê, que ainda resiste ao tempo... tantas pequenas coisas, que é difícil que se passe um dia sem que nos lembremos dela.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
MOTIVAÇÃO
Daniel Godri
Eu gostaria de mostrar para vocês uma sugestão de um líder fantástico, de um modelo fantástico:
Eu não quero falar da parte religiosa, da parte espiritual dele, nem é preciso!
Quero falar da parte humana.
Se você quer ser um funcionário fantástico, aprenda com esse homem. Esse homem ganhou uma missão do chefe dele, do líder dele, do pai dele, foi lá e cumpriu. Ele não quis saber se era fácil ou era difícil: ele foi lá e cumpriu. Você já viu alguém mais comprometido do que esse homem?
Se você quer ser um funcionário extraordinário aprenda com esse homem. É o funcionário mais extraordinário que alguém poderia ter.
E, se você quer ser um líder fantástico, se você quer ser um líder muito além da excelência, aprenda com esse líder.
Esse homem pegou 12 funcionários sem talento nenhum e fez deles pessoas que mudaram o mundo. Ele era um líder tão fantástico que conseguia lapidar o que as pessoas tinham de bom. Ele tirava o que as pessoas tinham de bom e fazia com que acreditassem que podiam ser melhores.
Esse líder conseguia fazer as pessoas se sentirem amadas. Nunca funcionários se sentiram tão amados como os funcionários desse homem.
E esse homem era um líder fantástico. Ele não ficava no ar condicionado, na tenda, não. Ele ia junto, ele acompanhava, ele sentia o mercado.
Você pode até não acreditar nesse homem, mas nós temos que admirar esse homem.
Esse homem é extraordinário. Ele conseguiu colocar o sonho no coração dos funcionários. Num lugar onde os funcionários não tinham nem condições de sonhar, nem de ter esperança, Ele foi lá e disse:
- Nós podemos mudar o mundo!
O nome mais procurado na internet mundial é o desse homem - Jesus Cristo - por que ele é um sucesso absoluto.
Vai ter dia em que você vai escorregar, vai ter dia em que você vai cair, e o que Ele veio lembrar é isso: que cada um de nós precisa acreditar mais em si mesmo, acreditar no país onde vive, acreditar na sua empresa, no seu trabalho, acreditar na equipe e acreditar em Deus.
Quando você acredita em Deus você pode cair um milhão de vezes. Deus vai te levantar um milhão e uma. Por que pra Deus não importa quantas vezes você cai, pra Deus importa quantas vezes você quer levantar.
E, acredite: você pode ser muito melhor do que você já é. Procure o topo, por que produtividade, qualidade, excelência são obrigações nossas. Deus nos fez para isso, pra sermos cada vez melhor, pra buscarmos o topo.
DANIEL GODRI: Presidente do IBMV - Instituto Brasileiro de Marketing e Vendas