quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dia do médico - Uma homenagem póstuma.

Deveria homenagear diversos doutores em medicina, que passaram pela minha vida com competência e humanidade, mas serei injusta se relacionar nomes, pois sempre alguém será esquecido. Assim agradeço pessoalmente a cada um dos abnegados que nos atendem e pensando em todos, homenageio postumamente, um, em especial, por ter sido realmente muito especial.

Doutor Roberto Brólio, que  foi e sempre será o médico de família por excelência. Ainda jovem, por volta de 1947/48, realizou o complicado parto de minha tia-avó Ruth e a partir de então passou a atender a família Walder.

Na década de 60, quando meu avô debilitado pelo mal de Parkinson já não saía de casa, Dr Brólio o visitava, tratava-o com dedicação e por tabela consultava filhos, genros, noras e netos cobrando apenas o valor de uma consulta ao preço do consultório.

De origem humilde, formou-se na Faculdade de Medicina da USP. Era clínico geral, pneumologista, alopata e homeopata de acordo com a necessidade. Seu primeiro consultório localizava-se num conjunto modesto, na Praça da Sé, de onde saiu quando a região central de SP começou a deteriorar-se. Mudou-se então para o Itaim Bibi, onde esteve primeiro na rua Viradouro e posteriormente na rua Urussuí, onde ficou até encerrar suas atividades. Lecionou também no Curso Normal do Colégio Caetano de Campos.

Espiritualista sério e fervoroso, membro da Federação Espírita de SP e voluntário na Casa Transitória, exercia a medicina como um sacerdócio. Foi professor na Escola Paulista de Medicina e médico do Hospital das Clínicas até se aposentar. Bondoso, paciente, atualizado, profundamente conhecedor da natureza humana, recebia a todos em seu consultório com um abraço e os tratava de “queridos”. Aos mais aflitos consolava com sua famosa frase:

- Calma querido (a), daqui a 50 anos todos os seus males estarão curados.

 Nas consultas, sempre muito demoradas, tratava cada paciente como se fosse o único, preocupando-se com o corpo e a alma e não se importando com a sala de espera sempre lotada de clientes pagantes e não pagantes, que aguardavam pacientemente a sua vez. Sabiam que a espera seria recompensada e que ao atravessar aquela porta, a cura já começaria a se operar.

Dr Brólio também era escritor, escreveu entre outros, o livro “As doenças da Alma”.

Estive em seu consultório pela última vez em 1999, com minha mãe. Ele a consultou e em seguida conversou longamente comigo. Não foi uma conversa, mas um monólogo, somente ele falava. Em certo momento olhou-me profundamente nos olhos e disse: “Sua mãe está bem, você é que deve orar para ser forte, pois momentos difíceis a aguardam”. Meses depois, meu filho faleceu.

Foto de 1962, encontrada em http://ieccmemorias.wordpress.com/page/113/

7 comentários:

  1. Os tão queridos e competentes médicos da familia que há anos não mais existem.Honravam a profissão não importando a quem: rico ou pobre.
    Bons tempos.
    marcia ovando

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  2. Na verdade não se faz mais médicos como antigamente. Planos de saúde(!)acabaram com médicos da família e só quem se trata em clínica particular pagando valores nem sempre condizentes com nossos salários, consegue atendimenmto mais eficiente.
    Se ainda existe médico como o citado, é minoria, infelizmente.
    esther

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  3. Fui cliente do saudoso Dr. Roberto Brolio quando contava eu 34 anos de idade e atravessava fase difícil da vida. Médico competente e espiritualista estudioso, graças a ele conheci o Espiritismo Kardecista e isso mudou minha vida. Paciente mas enérgico quando necessário, o Dr. Brolio exerceu a Medicina exemplarmente. Consultas às vezes demoradas, em sua sala de espera tanto ricos quanto pobres aguardavam por sua vez sem privilégios. Como foi bom ter conhecido e ter sido cliente do Dr. Roberto Brolio por mais de 10 anos, minha última consulta foi no mês em que ele resolver se retirar. Saudades. Valter Palma.

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  4. Grande ser humano e espiritualmente privilegiado pela Luz Divina.
    Ser humano que dedicou sua vida ao bem dê todos e tantos que o procuraram.
    Tive o privilégio de conviver pessoal e profissionalmente durante uns maravilhosos anos.
    Está na paz do Senhor e, sem dúvida, continuando seu santo mister.

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  5. Dr Roberto Brolio grande irmão,e sempre o cito como exemplo de medico cristão.Foi professor de minha mae na faculdade de enfermagem.Hj releio seus dois livros para estudo junto ao medicina vibracional.

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  6. Exelencia em medicina,espiritualidade e exelencia em humanidade gratidao Doutor Roberto Brolio.

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  7. Grande médico, amoroso, sem pressa nas consultas, com palavras consoladoras, era mais um pai que médico!

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