Levanto, tomo o café, olhar perdido no paredão de concreto à frente. Nem direito à visão do horizonte temos aqui.
A enfermeira entra e, como na melodia, “todo dia ela faz tudo sempre igual, me sorri um sorriso pontual...” .
- Lembra daquele senhorzinho do quarto ao lado? Então, ele faleceu esta madrugada. Rotina...
Rotina que se repete há seis semanas, mas que não vence nossa fé e esperança. Aqui, uma melhora de 0,5% num exame é sempre uma grande vitória, sinal de que não houve piora.
Hoje, além da linda notícia da chegada do meu primeiro bisneto, o Artur Miguel, tenho como fazer o que mais gosto: escrever, falar das minhas coisas, contar sobre todo carinho que recebemos nestes últimos tempos e que demonstra mais uma vez, a autenticidade e generosidade já sabidas dos parentes, amigos e até desconhecidos que nessas horas se solidarizam, nos lembrando a cada minuto "que temos muito mais a agradecer do que a pedir".
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