Minha amiga Márcia, autora do delicioso blog Moema de tantas histórias, com a provocação feita a seus leitores para que contassem suas recordações sobre a primeira bicicleta, me fez escrever o que segue. Obrigada Márcia pelo cutucão!
O ano devia ser 1951 ou 52, ainda não frequentava a escola.
Meu tio Luiz – que morava ainda em Moema, na Alameda dos Arapanés - trabalhava na Caloi, no Brooklin e, com o
consentimento de chefe, trazia para casa peças com pequenos defeitos e assim,
montou uma bicicleta adequada ao meu tamanho. Tinha 6 ou 7 anos e essa foi a
minha primeira bicicleta.
A alegria só não era completa por um simples detalhe: a bike
não tinha pneus nem freios, mas isso não era obstáculo para minhas aventuras.
Aos sábados ia com meu pai passear pelas ruas da Cidade
Monções, nas imediações da Hípica Paulista, conforme o Google, a quase 5 km de
casa. Uau!
Naquele tempo o DAEE abria as valetas para levar água
encanada ao bairro, que por isso, estava todo esburacado. Meu pai ia à frente e
eu fazia o que podia para acompanhá-lo, patinando com a roda a seco naquela
terra revolta da borda do buraco e de repente, vapt! Escorreguei. Caí com
bicicleta e tudo dentro do buraco. A valeta era estreita e fiquei exatamente
como estava: sentada no selim e com os pés nos pedais. Foi uma dificuldade sair
da bicicleta e entregá-la ao meu pai, que a essas alturas, estava deitado no
chão, com meio corpo dentro do buraco. Nada demais aconteceu.
Um pouco mais velha, dava minhas voltas no quarteirão, sozinha,
livre! Era delicioso ir pelo lado com
menos declive e voltar pelo ladeirão da Rua Platina. A bicicleta já estava
pequena para mim, que sempre fui muito alta para a idade, assim como dizia
minha mãe, eu parecia um camelo, curvada sobre os guidões e foi assim, com a
cara me precedendo, que certo dia perdi a direção e subi na pilha de tijolos em
frente de casa, deixando a bicicleta para traz e aterrissando de queixo no topo
da pilha.
Explicando: a pilha de tijolos estava organizada em degraus.
Meu avô arrumava assim, para evitar que ela desmoronasse e machucasse as
crianças, então, com a velocidade que vim, foi fácil subir com a bicicleta o
primeiro lance e me esparramar depois.
Hematomas à parte – eu parecia um moleque, como dizia minha
pernóstica tia avó professora - aquela minha primeira bicicleta me proporcionou
muitos bons momentos na infância.
adorei a sua história e como sempre abrilhantou o meu blog, obrigada minha amiga
ResponderExcluirbj