sexta-feira, 1 de julho de 2016

PERU – Compilado de Viagem VII – Puno e as Islas Flotantes dos Uros no Lago Titicaca

Hora de deixar a Cidade Branca e seguir para Puno. Oito horas de ônibus, a maior parte do tempo nos altiplanos andinos,  desertos  entre cadeias de montanhas.  



Vista do alto, Puno é uma cidade cor de tijolo – natureza e construções se mesclam numa paisagem impressionista. Quem vive na cidade de São Paulo, imagine que  Puno é uma imensa Paraisópolis, construída em montanhas altas, com milhares de sobrados sem reboco. Ali, quem mantém a casa sem acabamento não paga imposto.  As ruas são de areia e cascalho e a poeira uma constante.  Está no meu roteiro porque fica às margens do Lago Titicaca, lado peruano,  e ali viverei uma das experiências mais surrealistas da minha vida: passar a tarde, numa ilha flutuante com um grupo Uro.





Os Uros são povo originário dos altiplanos andinos, misterioso e que, no isolamento das Islas Flotantes no lago, preserva seu modus vivendi, alheio à civilização, embora tenha nas ilhas, energia solar instalada pelo presidente Fugimori, escola de ensino fundamental  e posto médico que ninguém utiliza. 








Vivem da pesca e da venda de seus trabalhos artesanais. Em cada ilha vivem cinco ou seis famílias, que têm um representante e apenas este vai à terra firme para negociar e só ele interage com os turistas que visitam a ilha.

As ilhas são feitas de totora, planta que é a base de quase tudo para os Uros: chão, teto, paredes, combustível, matéria prima das embarcações, dos artesanatos, remédio. Não usam calçados e a pele é quase negra devido ao sol inclemente. Falam o idioma Aymara – língua nativa da Bolívia. 

















O lago Titicaca, com sua porção maior na Bolívia, é a maior porção de água doce no mundo a se encontrar em tal altitude: 3.827m. 




Na volta, navegando ao por do sol, sentia-me diferente após aquele contato com uma cultura nativa quase pura. Aprendi muito sobre seus usos e costumes e a mente fervilhava com tanta novidade. 



Já no hotel, o efeito da viagem longa e da altitude bateu forte. Além da falta de ar, sentia um tremor interno como se tudo estivesse sendo sacudido, olhava em volta e tudo estava parado. De repente, música e alí, abaixo da minha janela outro desfile. Agora, de crianças, como um carnaval.



Com o coração a mil por todos os motivos deitei,  mas não dormi quase nada. Na manhã seguinte bem cedo saímos rumo a Cusco.



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