Com a última publicação neste blog, “Antes e Depois”, que gerou diversas manifestações de solidariedade e de carinho, e, porque não dizer, de espanto diante do meu comportamento, se reforçou em mim a pergunta que jamais calou: “Como tenho aguentado passar por tantas coisas arrasadoras na vida, sobrevivendo a elas e realmente sentindo vontade de viver?”.
Muitas vezes, vendo pessoas se desintegrarem física e psicologicamente diante de suas tragédias, sinto-me um monstro, o mais insensível dos seres humanos, uma besta irracional. E, é claro, a isso se segue a culpa.
Por outro lado, minha filha, sempre critica minha “calma” ante as agressões da vida, a passividade diante do irremediável, a aceitação sem revolta. É “irritante” como afirma e completa: “a vida não é assim!”. Ela tem lá seus motivos, entendo, mas não é uma escolha ser como sou e isso eu não entendia.
A terapia muito me ajudou no sentido de evitar que no momento de maior dor e confusão psíquica, eu perdesse a razão, mas não respondeu à minha dúvida existencial.
Hoje de madrugada, ouvindo o rádio como sempre o faço, a colunista Inês de Castro entrevistava um médico, acho que psiquiatra, e, de forma objetiva ele esclareceu minhas dúvidas, explicando cientificamente, porque uns se desintegram diante dos grandes traumas e outros resistem, sobrevivem à morte de um filho e continuam a se “arrastar”, foi esse o termo que ele usou se arrastar pela vida, conseguindo trabalhar, amar, sonhar, ter lazer e até ser feliz e fazer outros felizes. Essa capacidade deve-se à “resiliência”, atributo nato ou que pode ser desenvolvido com terapia.
Perdi o sono de uma vez e fui pesquisar sobre o significado desse termo. Encontrei uma publicação, no site de uma clínica de psicologia, que começa assim:
“Os resilientes são aquelas pessoas que passam por dificuldades, como todo mundo, só que a reação deles não é igual a de todo mundo, com eles a coisa é diferente, por mais fortes e traumáticas que sejam as dificuldades, eles superam.
O resiliente é aquele que, mesmo quando perde o emprego, morre o amigo, a esposa pede o divorcio, repete na escola, ainda assim, ele continua lá, firme e forte, ele não se deixa derrubar.”
Depois do programa e de ler a matéria toda, cheguei à conclusão que não sou um monstro e nem faço “o jogo do contente”. Graças a Deus, sou apenas uma resiliente que tem fé!
LIDIA
ResponderExcluirtento me espelhar em vc mas, com certeza não sou resiliente,tenho meus altos e baixos, ainda!
BJ
esther
Que maravilha seria se todos conseguissem ser resilientes...
ResponderExcluirTalvez uns sejam mais fracos do que outros, talvez alguns conseguem tirar de dentro a fôrça maior e seguir em frente.
Tenho passado por situações seríssimas,mas de um jeito ou de outro me viro do avesso e procuro seguir a caminhada, mesmo porque se a locomotiva pára, os vagões ....aos pouqinhos vão desmoronando.
Lógico que para chegar ao ponto de resiliente fiz análise
Às vezes para muitos passamos por insensíveis ou durões,mas sabemos q não é assim.
Bom seria mesmo que todos tivessem oportunidade de estar frente a frente com um bom terapeuta e trabalhar as dores da vida.
abraço
Minha estimada tia acredito que adjetivar seria uma forma de tentar entender de onde vêm essa força interior. Acredite que te admiro muito, quer seja resiliência, força moral, personalidade, bondade, espirito evoluído, só sei que gosto muito de você, do jeito que você é. Grade Abraço do seu sobrinho que te admira muito. Pedro
ResponderExcluir