Em 2003 conheci o site sp450.com, criado por Juliano Spyer para homenagear os 450 anos da cidade de São Paulo e posteriormente denominado vivasp.com. Já escrevi e falei muito sobre isso e, às vésperas de mais um aniversário desta cidade que amo e odeio ao mesmo tempo, não posso deixar de lembrar que graças àquele projeto e ao grupo que a partir dele se formou, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais desta cidade.
Em fevereiro de 2004 tivemos um encontro dos escritores do site, no Pátio do Colégio e não poderia ser em outro lugar. A partir daí, encontros e passeios pela cidade se sucederam e uma São Paulo nova se descortinou ante meus olhos e gostei de tudo que vi. E não consegui participar da metade das atividades presenciais do grupo.
Os encontros no auditório da secretaria de Estado da Justiça, no Pátio do Colégio com as investidas em seus diversos ambientes, o deslumbramento na Sala dos Anjos, assim chamada pela pintura no teto; a visita à cobertura do Edifício Martinelli, que sempre comove, afinal é um local histórico, fruto do idealismo de um realizador que acreditou no impossível para a época.
O passeio ao Cemitério da Consolação
com direito a guia e a presença de Fiammetta Emendabili, filha de
Galileo Emendabili, idealizador do Obelisco do Ibirapuera e que assina
importantes esculturas naquela necrópole.
As tardes de sábado na
Casa das Rosas, a contação de histórias perpassadas de memórias de um
tempo quase encantado. De repente, o encanto se faz presente e temos um
sarau com o maestro Mario Albanese e seus músicos e a tarde se faz
pequena.
Um tour pelo bairro da Liberdade, almoço em restaurante típico japonês e visita à "Casa Cor da Rua"
“Criada pela Irmã Ivete de Jesus, 61 anos, esta mostra ocupa uma casa de 600 metros no Glicério, mais precisamente na Rua dos Estudantes, 483.
Mais de 90% dos móveis e acessórios à venda foram criados com material recolhido do lixo. Portas viraram mesas, calotas de carro, encostos de cadeiras, latas de sardinha, chuveiros, latas de leite, tudo é tirado do seu contexto de material descartado, e elevado ao nível do utilitário, a até mesmo da obra de arte, por que não? Com o tanto de lixo que está na Bienal, por que não usar o lixo para criar peças de uso, como as latas de leite, que viraram lixeiras decorativas, e estão sendo exportadas para a Itália!” (Anna Boni). Mais Casa Cor da Rua
Visita ao Museu de Arte Sacra, Estação e Jardim da Luz, Pinacoteca do Estado.
As igrejas do centro, com acesso ao interior da cripta da Catedral metropolitana da Sé, a região da 25 de março, almoço no Mercado Municipal da Cantareira, tudo em um dia só. Passeie nesse passeio.
As igrejas do centro, com acesso ao interior da cripta da Catedral metropolitana da Sé, a região da 25 de março, almoço no Mercado Municipal da Cantareira, tudo em um dia só. Passeie nesse passeio.
Incursão à tradicional Freguesia do Ó e à não tão conhecida cidade fantasma de Vila Cruz das Almas, com histórias e mistérios. Confesso que de lá, voltei para casa envergonhada por descobrir que tendo nascido nesta cidade, vivido aqui praticamente toda minha vida, não a conheço.
Freguesia do Ó, para mim até então, era apenas um nome em placas, letreiros de ônibus e de uma ponte sob qual passo quando transito pelas marginais do Rio Pinheiros.
Ao lado de espigões fincados aqui e ali que denunciam a especulação imobiliária que já se impõe maculando a paisagem de um bairro quase tão antigo quanto à cidade, com características próprias, plantado no sobe e desce dos íngremes morros e na sinuosidade dos caminhos, um bairro com história, tradições, raízes.
Gente que se conhece e se abraça nas ruas. Idosos que se encontram nas praças para o dominó, a malha e para jogar conversa fora.
Trilhamos velhos caminhos com novos nomes e novos caminhos com velhos nomes. Igrejas, capelas, modernas escolas e uma biblioteca municipal pedindo socorro para sobreviver.
Uma cidade fantasma de cortar o coração ao pensarmos que em uma época não muito distante, naquele cinema pessoas riram, choraram, se emocionaram com os personagens da telona, que amores ali nasceram e crianças vibraram com os seriados das matinés. De cortar o coração ao ver a bela construção da igreja fantasma, deteriorando-se sob as intempéries.
Na Vila Maria Zélia, encravada na zona leste, entre o Belém e o Bresser, vila operária auto suficiente construída pelo empresário Jorge Street, no início do século XX , para moradia dos operários de sua empresa , a Companhia Nacional de Tecidos de Juta, encontramos o Dedé, que nos acompanhou no passeio. Ele que foi parceiro do Adoniran nas "Histórias das Malocas" e que tem muita história pra contar.
A grande atração da vila é a sua arquitetura, com seus prédios que preservam as linhas baseada nas cidades européias do início do século XX e isto se confirma com as inúmeras gravações de filmes e novelas, de época, ali rodados. Entre estes, "O Corintiano" ou "No País dos Tenentes".
Em 1992 a vila, suas ruas, casas e prédios foram tombados (pelo município e o estado de São Paulo) pelo raro traçado urbano.
Confraternização de final de ano no Jaraguá, em 2006, com divertida narrativa da amiga Asunción.
Apesar da chuva e do frio, aquele sábado visitando a A.P.A .Capivari Monos, no extremo sul da cidade, próximo a Engenheiro Marsilac, foi um capítulo a parte da nossa jornada paulistana.
Caminhando naquelas trilhas barrentas em meio à Mata Atlântica, diante da profusão das águas cristalinas que formam a reprresa de Guarapiranga, nem dava pra acreditar que estávamos na mesma cidade de onde partíramos, no SESC Carmo, ao lado da Sé e da Rangel Pestana.
Navegar pelo Rio Tietê com o pessoal do vivasp no lançamento do livro das pinturas do Edu das Águas, uma experiência para poucos.
Perdi vários passeios, mas virtualmente participei de todos, viajando nos relatos de tantos e bons amigos, que unidos pelo amor à cidade, sempre fizeram questão de compartilhar cada experiência vivida nessas jornadas.
Jornadas pela cidade que é uma fonte inesgotável de vielas, becos, quintais sombrios e jardins surpreendentes, mesas ao pé de jabuticabeiras produtivas e jatobás repletos de frutos à beira da avenida selvagem, atalhos que nos levam a lugar nenhum e ruelas sem saída com jardineiras floridas ao fundo, morros e vales fervilhantes de vida e novidade, suficientes para surpreenderem muitas vidas se mais do que uma tivéssemos.
São Paulo 459 anos - Parabéns!
Fantástico.
ResponderExcluirLendo seu blog, passeio por estes lugares que não estive.
Assim como você, também pude passear virtualmente através dos mesmos relatos dos amigos que fiz no vivasp.com.
Valeu Lídia. Valeu São Paulo. Valeu vivasp.com
Pedro Nastri
Resumo da ópera, q. revivi e amei.
ResponderExcluirBj
esther
LINDINHA.
ResponderExcluirTE ACHEI; NEM TE CONTO, COMO RECORDO, DAQUELES TEMPOS ,DOS PASSEIOS;LEMBRO QUE FOI, DEPOIS DO QUE FIZEMOS AO DE GUARAPIRANGA, QUE COMECEI A ESCREVER, ( SOBRE A BRENDA LEE) E VOCÊ TEVE QUE CORRIGIR, AS BESTEIRAS........
REVI A FOTO COM O GERMANO...COMO ESTÁVAMOS VELHOS, JA NAQUELE TEMPO.
SINTO QUE ISSO NÃO VOLTE MÁS NEM PARA UM CAFEZINHO JUNTO.
DE TODO JEITO, AGRADEÇO.