Rigoroso e competente, aquele professor dirigida com braço de ferro nossa escola e nada lhe escapava ao olhar atento.
Meninos e meninas não podiam comunicar-se nas áreas comuns da escola. Com o tempo, até uma cerca de alambrado foi construída para separar o recreio masculino do feminino. Na hora da entrada, eles eram os primeiros e suas classes ficavam no andar superior.
O uniforme, feito com tecido de sarja cáqui, comprado na Casa Paiva, na rua São Bento, compunha-se de terno, camisa branca e gravata verde oliva, para os rapazes e de saia pregueada até abaixo dos joelhos, blusa de fustão e meia até os joelhos, para as meninas. Os sapatos, de modelo único – colegial – era um mocassin marron adquirido nas Casas Eduardo de Calçados, também na rua São Bento.
Para as meninas, desde o ginásio até o magistério, científico ou clássico, era terminantemente proibido o uso de maquiagem, bijuterias ou adornos espalhafatosos nos cabelos (o coque com recheio de Bom-Bril passava, pois este não aparecia).
Todos passavam por uma rigorosa revista no momento da entrega das cadernetas de freqüência. Era comum ao soar a sirene de entrada, ver-se meninas saindo dos banheiros, enxugando o rosto, levantando os meiões brancos ou desenrolando o cós da saia para encompridá-las.
Lembro-me de uma vez, quando ao subir para a classe, deparei-me com o professor Luiz Contier prostrado à porta do banheiro feminino, impaciente com as mãos na cintura. Curiosa, entrei para ver o que estava acontecendo. Lá dentro, uma colega de classe, do terceiro ano do magistério, lavava apressadamente o rosto e retirava os grandes brincos.
Fui para a sala e logo em seguida ela chega conduzida pelo diretor que lhe aplicava uma reprimenda. Irada, mas triunfante, olha para mim antes de sentar-se e cochicha: “a pintura dos cabelos ele não pode me obrigar a tirar!” (os cabelos dela estavam na cor lilás)
Lendo seu necrológio na Folha de São Paulo, bateu-me a curiosidade e, depois de quase meio século fui informar-me sobre essa pessoa que teve fundamental importância na minha formação. Vejamos:
Fui aluno do Alberto Conte, de 1954 a 1961 - Ginásio e Científico. O prédio que aparece na foto começou a funcionar em 1955. Em 1954, o colégio funcionava próximo, no prédio do Grupo Escolar Paulo Eiró, posteriormente demolido. Tomei uma bronca do Diretor Luiz Contier uma vez, por entrar montado na bicicleta. Eu estava errado, a regra era empurrar a bicicleta, quando dentro do colégio, até deixá-la encostada no local próprio. Alunos formados no Colegial entravam na Poli, no ITA e em outras faculdades "difíceis"sem precisar fazer cursinho vestibular. Grande instituição, devo muito ao Instituto de Educação Prof. Alberto Conte!
ResponderExcluirVc conheceu ,PROFESSOR ALBERTO CONTE ?
ResponderExcluirOlá! Não conheci o Prof Alberto Conte , nem poderia. Ele faleceu 5 anos antes do meu nascimento.
ResponderExcluirAcho que você quis perguntar se conheci o Prof Luís Contier.
Sim. Foi meu diretor de 1960 a 1964.