Fomos vizinhos durante muito tempo. Ela uma energia
impressionante. Magra, elétrica. Sempre se movimentando de um lado para o
outro. Casada com o tio Antonio, um tipo
tranquilo e bonachão, que com aquele riso meio rouco que sacudia a pança era
diversão só. Os filhos Moacir, Márcia, Miriam e Maurício, os M M M M, ótimas
companhias e só alegria.
O Moacir muito pândego me irritava com piadas inocentes, mas
nojentas. Lia muito, colecionava livros
e gibis que foram as minhas primeiras leituras na infância. Dois anos mais novo
que eu, foi meu “alvará de soltura” junto aos meus pais, para frequentar
cinemas, além das matinês e assistir sucessos como Bem Hur, Álamo, etc...
A amizade continua e quando nos encontramos rimos muito
lembrando a infância.
Dizem por aqui que a tia Léia sou eu amanhã. Tomara!
Também vizinhos, os tios Luiz e Dirce, ele, irmão mais novo
do meu pai, com a grande família: Cilmara, Luiz Antonio, Vera, Nazaré e Edilson
– o Léo.
Lembro quando conheci a tia Dirce, acho que foi quando eles ficaram
ou iam ficar noivos. Baixinha, delicada
e voz fininha e macia, diferente da minha mãe e das minhas avós que falavam
“duro”. Confesso que naquele momento tive ciúme do meu tio Luiz, que me
paparicava muito.
Lembro-me do nascimento da filha mais velha, do seu
batizado, com direito a festa e discos na vitrola. Mas o que mais curti foi o
Luizinho, 10 anos mais novo que eu. Quando minha tia Dirce me deixava ficar um
pouco com ele, era o meu bebê na brincadeira de casinha. Hoje, junto com os
outros que aqui permanecem, são nossos anjos da guarda. Sempre atentos e
solícitos, nos ajudando demais.
Do outro lado da família era o tio João, tia Adelaide e tia
Lúcia, irmãos da minha mãe e respectivos cônjuges.
O tio João e a minha mãe eram muito ligados, assim sempre o
visitávamos na casa da Vila Indiana na Vila Helena. Os primos Benedito, Maria
Conceição e Ademir eram muito divertidos e como moravam numa vila bem
sossegada, quando íamos lá, podíamos brincar na rua, pular corda, andar de
patinete e carrinho de pedalar – sempre achei os brinquedos dos meninos bem
mais interessantes do que as bonecas. A tia Mariazinha, de pouca fala, era só
carinho, cafezinho e bolo.
A tia Adelaide, o esposo Ari e os filhos Roberto e Gilberto moravam na Cidade Adhemar. Foram uns dos primeiros moradores do bairro. A casa ficava em um terreno em declive que dava num córrego bem limpo. Do outro lado havia uma elevação, tipo colina, com mata Atlântica natural, onde se viam Manacás lindos com suas flores roxas e brancas. Lá brincávamos de pega-pega e esconde-esconde, pois o terreno e a casa ainda inacabada favoreciam esses folguedos.
Dali me vem dois fatos marcantes: a caçada às içás que
depois viraram petisco que não experimentei e a ida a pé pela mata, até o
bairro de Santa Catarina onde ocorreu a queda de um avião. Jamais esquecerei
aquele cenário cinzento, repleto de destroços...
A tia Adelaide faleceu precocemente, por ocasião da troca de
seu marca passo cardíaco. Com esses primos, perdi o contato.
A tia Lúcia, o tio Salvador e os filhos Ricardo e Lucia
Helena moravam na Cidade Vargas. Fomos almoçar em sua casa algumas vezes e
lembro até do gosto da carne assada recheada que ela fazia.
Sempre foi muito
carinhosa conosco, me tratando até hoje de filhinha, nas poucas vezes que a visito
na mesma casa, onde mora com a filha Lúcia Helena, que cuida dela.
Feliz quem tem familia grande: histórias para uma vida toda!
ResponderExcluirVolte para o face, minha amiga!
postei no blog 1 foto do Grupo Escolar César Martinez de 1968, dá 1
olhadinha, abraços
Márcia Ovando