Comprei o pacote seis meses antes da viagem. Preparei cada detalhe com tempo e tranquilidade. Tudo conspirava a meu favor. Irmãs, filhos, amigos, todos na torcida e apoio sincero nos preparativos.
Diferentemente de outras empreitadas que já tive que enfrentar, desta vez decidi me confiar aos cuidados de quem por bem era responsável pela viagem - a agência – cuidar só dos preparativos pessoais e me deixar levar, como na música Epitáfio: “o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído...”. Dei uma vista de olhos no roteiro e lista de hotéis, havia uma programação dia a dia, isso me bastava. Não decorei, não pesquisei na internet, confiei; tanto que, ao chegar a Lima, sequer sabia de cor o nome do hotel.
Voo tranquilo, quatro horas e meia dentro de nuvens, visibilidade zero, sentindo-me abduzida e imaginando a hora do pouso, que aliás se deu por instrumentos. Senti saudades dos pousos em Natal, Porto Seguro, Salvador, Maceió...
No aeroporto, após as formalidades, o guia sorridente e gentil nos acolhe, carrega a mala e nos conduz a uma van. Após as apresentações e orientações feitas em inglês e castelhano, aproxima–se de mim e repassa com paciência item por item em portunhol, fazendo anotações no roteiro para que tudo me ficasse claro. Havia entendido antes, mas é melhor calar humildemente do que ter que perguntar depois.
O trajeto do aeroporto no Callau até o bairro de Miraflores onde fica o hotel de mesmo nome, beira o mar, envolto na mesma neblina que cobre a cidade na maior parte do tempo, impedindo de apreciar a paisagem em cores. Tudo é cinza, úmido e à primeira viste triste para quem vem do patropi.
Ao chegar ao hotel, bem situado e de ótima apresentação, sentia-me cansada, oprimida, angustiada, decepcionada com o Pacífico cinza e temerosa de que aquilo fosse uma amostra do que se seguiria. Era hora do almoço e, como uma mulher prevenida vale por duas, carrego meus lanchinhos por onde vou, almocei ali, no quarto, conversando comigo mesma e me convencendo a ver a vida lá fora.
Ao chegar ao hotel, bem situado e de ótima apresentação, sentia-me cansada, oprimida, angustiada, decepcionada com o Pacífico cinza e temerosa de que aquilo fosse uma amostra do que se seguiria. Era hora do almoço e, como uma mulher prevenida vale por duas, carrego meus lanchinhos por onde vou, almocei ali, no quarto, conversando comigo mesma e me convencendo a ver a vida lá fora.
O passeio a pé à praça central de Miraflores, ao Mercado Inka e arredores, me encantou e encorajou a buscar pelo ponto de vendas do ingresso ao Mirabus (porque será que tudo por lá começa com Mira?), ônibus de dois andares, com o superior descoberto, que faz um tour pelo centro histórico e comercial de Lima, sítios arqueológicos e visita ao Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera, uma construção do século XVIII.
Construído em cima de uma pirâmide Pré-colombiana, o museu privado abriga mais de 45.000 peças de culturas pré inca - Nasca e Paracas - além de manter em seus jardins diversas espécies de plantas da América Andina.
Com tantas flores a me recepcionar a estadia começou a ter cor, e tanta História e Arte juntas dissiparam a ansiedade.
Muito me impressionou o cuidado com os logradouros públicos em Lima e em todos os lugares por onde passei. Não existem cestos para lixo nas ruas, mas não se vê um papel de bala ou bituca de cigarro no chão.
Fotos: Lima ( Miraflores, praça principal – Sítios Arqueológicos atuais - Centro Histórico e Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera)
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