Enquanto aplicava a seladora no muro da frente, que
finalmente meu primo Luizinho e eu deixamos a meu gosto, pensava como nossos pais nos ensinaram coisas
práticas – o pai dele e o meu eram irmãos.
”Não enfie o cabo do pincel na
tinta, só a ponta e retire o excesso”. Era sexta feira santa e eu devia ter uns
10 anos. Pintávamos as ferragens das janelas de casa. Lembro que estava com dor
de dente, mas dentista? Só na segunda feira. “Forre o chão, pra não sujar de
tinta e proteja o vidro com uma folha de papel para não ter que limpar depois”.
Em tudo era assim, um trabalho: uma aula de técnicas. E sabem?
Isso fica para sempre. “lava e enxada e deixa secar bem antes de guardar para
não enferrujar”. “ Guarda tudo no lugar de onde tirou”. “ Pra cada trabalho
existe uma ferramenta própria: faca não é chave de fenda”.
A oficina dele, em casa, era organizada. Tinha suportes, caixinhas,
vasilhas pra acomodar tudo e um painel
para as ferramentas. Conservo muita coisa, que facilita meu trabalho e me faz
sentir sua presença.
“Nunca deixe a mão na frente da ferramenta e proteja os
olhos”.
Lições que permaneceram como todas as outras sobre ética,
moral e princípios estas, que todos os pais ensinam (ou deveriam ensinar) aos
filhos. Não gosto de comparações, mas acho que hoje a tecnologia rouba dos pais
e das crianças esses momentos da vida que a mim tanto bem ainda fazem
Ah ! “Depois da pintura, limpe bem os pincéis e guarde. Dinheiro não
nasce em árvore!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita. E por favor, deixe seu nome para que possa agradecer individualmente.