Houve um tempo em que morei na cidade de Mogi das Cruzes e desse tempo quero deixar aqui minhas lembranças.
Agosto de 1975
Morávamos na Vila Lavínia, Mogi das Cruzes, num conjunto do BNH, desde 26
dezembro de 1971. Lembro a data por causa do Natal e por que passamos o dia a
pão e vinho, como o Marcelino. A filha
foi para a casa de amigos e o bebê apenas tomava mamadeira. A casa era boa, mas
eu queria uma com mais quintal, com terra para plantar.
Depois de muita procura, finalmente achamos a casa dos meus
sonhos, ou melhor, que viria a ser. A casa da Rua Taiaçupeba, hoje José Cury
Andere, Alto do Ipiranga.
Terreno grande, parte de uma chácara, casa inacabada, sem
muro na frente. O preço “galinha morta” no jargão imobiliário e com bons
motivos: ali havia sido assassinado um rapaz, como comentavam. Mortos são
mortos, vivos é que me metem medo. Muitas histórias nessa casa, mas aqui quero
lembrar o dia da mudança.
Nossas coisas eram poucas e a situação financeira não era lá
essas coisas. Meu esposo conseguiu junto
à Elgin, onde trabalhava, um caminhão emprestado com motorista e dois ajudantes.
Rapidamente chegamos à nova casa e acomodávamos as coisas
que eram trazidas pelos carregadores, quando um barulho estranho acompanhado de
gritos chamou nossa atenção.
Corremos à frente da casa e o cenário era assustador. O
caminhão sem freios desceu de ré, arrastou nosso fusca velho que virou em
direção à lateral do terreno, rebaixado para ser garagem e caiu no buraco,
servindo de apoio e não permitindo que o caminhão derrubasse a parede do
vizinho.
Sem maiores tragédias, passado o susto e descarregadas as
poucas peças que restavam, o caminhão se foi com seus ocupantes completamente
embriagados, pois como constatamos a seguir, as poucas garrafas do nosso
barzinho haviam sido todas esvaziadas no breve trajeto entre as duas casas.
Fotos: A casa que foi nossa e o trecho da rua, como estão agora. Extraído do google maps.
Um barulho na mudança p uma casa que muitos pensavam ser mal assombrada... a perda de um fusca (citado como velho mas provavelmente servia e fez falta) e o desfecho que nos faz rir: o furto das bebidas e o porre dos "colegas que ajudaram"... e ainda deixaram o caminhão sem freio nem calço! Kkkkkk... e tudo vira história!
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