sexta-feira, 24 de julho de 2020

O BARATO SAI CARO, já dizia minha mãe

Houve um tempo em que morei na cidade de Mogi das Cruzes e desse tempo quero deixar aqui minhas lembranças.


Agosto de 1975



Morávamos na Vila Lavínia, Mogi das Cruzes, num conjunto do BNH, desde 26 dezembro de 1971. Lembro a data por causa do Natal e por que passamos o dia a pão e vinho, como o Marcelino.  A filha foi para a casa de amigos e o bebê apenas tomava mamadeira. A casa era boa, mas eu queria uma com mais quintal, com terra para plantar. 

Depois de muita procura, finalmente achamos a casa dos meus sonhos, ou melhor, que viria a ser. A casa da Rua Taiaçupeba, hoje José Cury Andere, Alto do Ipiranga.

Terreno grande, parte de uma chácara, casa inacabada, sem muro na frente. O preço “galinha morta” no jargão imobiliário e com bons motivos: ali havia sido assassinado um rapaz, como comentavam. Mortos são mortos, vivos é que me metem medo. Muitas histórias nessa casa, mas aqui quero lembrar o dia da mudança.

Nossas coisas eram poucas e a situação financeira não era lá essas coisas.  Meu esposo conseguiu junto à Elgin, onde trabalhava, um caminhão emprestado com motorista e dois ajudantes.

Rapidamente chegamos à nova casa e acomodávamos as coisas que eram trazidas pelos carregadores, quando um barulho estranho acompanhado de gritos chamou nossa atenção.

Corremos à frente da casa e o cenário era assustador. O caminhão sem freios desceu de ré, arrastou nosso fusca velho que virou em direção à lateral do terreno, rebaixado para ser garagem e caiu no buraco, servindo de apoio e não permitindo que o caminhão derrubasse a parede do vizinho.

Sem maiores tragédias, passado o susto e descarregadas as poucas peças que restavam, o caminhão se foi com seus ocupantes completamente embriagados, pois como constatamos a seguir, as poucas garrafas do nosso barzinho haviam sido todas esvaziadas no breve trajeto entre as duas casas.

Fotos: A casa que foi nossa e o trecho da rua, como estão agora. Extraído do google maps.

Um comentário:

  1. Um barulho na mudança p uma casa que muitos pensavam ser mal assombrada... a perda de um fusca (citado como velho mas provavelmente servia e fez falta) e o desfecho que nos faz rir: o furto das bebidas e o porre dos "colegas que ajudaram"... e ainda deixaram o caminhão sem freio nem calço! Kkkkkk... e tudo vira história!

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