Ouvia e gostava de música clássica. Caruso, Mario Lanza, Christina Maristany, Léa Vinocur Freitag, Villa Lobos, orquestras sinfônicas e filarmônicas famosas e seus maestros, ao som da Rádio Gazeta - "a emissora da elite" - fizeram parte de minha infância junto com as horas de prática de crochê, bordado e tricô que não podiam faltar no currículo de uma menina que já aos oito anos deveria começar a tecer as primeiras peças de seu enxoval.
E era ao som da Rádio Gazeta que minha mãe num passe de mágica transformava parcos e simples ingredientes em saborosas refeições. Nos aniversários de suas meninas, três, o bolo com recheio de morango, coberto com glacê de clara de ovos, côco e confeitos prateados era ansiosamente esperado por todos.
Seu único sonho era ver suas meninas formadas, afinal "o estudo é a coisa mais importante para o pobre". Queria que elas tivessem uma vida mais amena que a dela. Viveu para suas meninas e conseguiu realizar o sonho.
Ela se foi na hora certa: depois de perder a memória e antes de perder a condição de vida digna. Sempre estará em nossa lembrança, nossos corações e em minhas orações como mãe exemplar e ser humano maravilhoso, cujas últimas palavras foram: "obrigada, Deus a abençõe!"
Como ela se chamava? Também perdi minha mãe recentemente, e é uma felicidade podermos usar palavras positivas para descrevê-las. Quem sabe dona Maria José fica amiga de sua mãe lá no céu. Abraço. Britto
ResponderExcluirLidia, não sabia que sua mãe havia falecido. Como ela era linda! Chorei...
ResponderExcluirCamilo Roberto - Rio Preto
E assim como a mãe, a filha aprendeu a criar outra super mãe. E que nesta família de "supermães", sejam criados "superpais" para o meu bem.
ResponderExcluirLindo texto pra variar um pouco né?
Beijos,
Artur
Obrigada Britto, obrigada Camilo. A vocês meu abraço de amiga. Artur, meu neto! Obrigada pelo carinho. Beijos 1000! Vó coruja.
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