Por conta do artigo “A história do piso de caquinhos das casas paulistas”, de autoria do Engenheiro Civil Manoel Henrique Campos Botelho, compartilhado no facebook pelo amigo Bilé Petroni, me emocionei e saí fotografando por aqui.
Nossa casa foi construída nos anos 48/49, pelo meu avô Luiz Walder, que em seu tempo tinha como profissão “construtor”, isto é, um pedreiro que além de levantar paredes e cobrir, acompanhava a obra na ausência do engenheiro e fazia de tudo na construção, até aqueles relevos artísticos nas fachadas. Nesta construção em particular, meu pai que não é do ramo, trabalhou com ele. Casa simples, que enfrentou várias enchentes e está firme.
Escrevo com o olhar do coração. Para a maioria ela será apenas uma casa velha, fora de moda, cujo valor se resume ao do metro quadrado do terreno. Para mim, é repleta de detalhes significativos, onde percebo o capricho dos que a fizeram.
O forro e o assoalho, planejados pelo meu avô e colocados por meu pai revelam arte e precisão. A escada feita manualmente pelo meu avô, de peroba, resiste aos cupins e me remete àquelas fotos da casa de Monet. As portas e fechaduras, ainda são originais, inclusive porta dupla, no quarto que dá para o corredor, o que facilita a movimentação dos móveis.
Temos uma saleta cujo piso é de cerâmica sextavada vermelha com bordas de caquinho, arte do meu avô. Já reformamos os banheiros, trocamos o piso de baixo, mas não tive coragem de mexer nesse piso.
Como disse no início, todo esse blá, blá, blá e as fotos que o ilustram aconteceram por causa do piso de caquinhos, mas foi muito bom revisitar cada um desses cantinhos, mergulhar no tempo e trazer à tona outras memórias. Aguardem-me.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Por causa dos caquinhos
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Lidia que maravilha!você tem mais é que se sentir orgulhosa, pois você acabou de mostrar uma verdadeira riqueza de construção,de detalhes...que já não existem mais.
ResponderExcluirabraço grande
Lidia ainda um dia preciso conhecer a casa de seu pai e principalmente o jardim. Seus relatos me deixaram curiosa.
ResponderExcluiresther
Marcia, obrigada pelo comentário. Interessante que esse capricho todo era comum em qualquer construção. Olhando hoje, nem parece que esta casa, quando foi feita, era uma "casa de pobre".
ResponderExcluirAbraço. Lidia
Esther, é, como disse anteriormente, uma casa de pobre e o "jardim", nada mais é do que um amontoado de plantas, cujas mudas foram espetadas aqui pela minha mãe e tudo pegou, cresceu e floresce, como que agradecendo o amor que ela lhes dedicava. Venha quando quiser. O cafezinho até que não é tão ruim. rsrsrs. Beijo. Lidia
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