Para nós dia de pescaria é segunda-feira. Não pesco, não gosto de pescaria, não fico no pesqueiro, mas quase toda segunda-feira levanto cedo – meu pai já espera ansioso na mesa para o café – armo-me de boa vontade, rezo para o trânsito colaborar e lá vamos nós em direção a Itapecerica da Serra. Dezoito quilômetros cravados, de porta a porta.
Minha diversão é observar no trajeto as variações da paisagem urbana. Curto demais a miscelânea que é esta cidade. Aqui, menos com palavras e mais com imagens vou falar sobre essa experiência quase semanal, vivenciada em dois momentos: pela manhã quando levo o pescador e à tarde quando vou buscá-lo.
Vicente Rao, Roque Petroni Jr, Ponte do Morumbi, Marginal Pinheiros - lindamente ajardinada nesse trecho - até a saída para a João Dias. Ali, sigo à direita em direção a Itapecerica. Vila Andrade, Metrô Giovani Gronchi, Vila das Belezas, Jardim São Luís. Altos e baixos, conjuntos habitacionais populares, grande concentração demográfica.
Observo os cedrinhos, nesta época, floridos de um rosa pálido, que ameniza em alguns trechos, a feiúra do lugar.
Campo Limpo, amplo, moderno, que teve como seu bispo, Dom Emílio Pignoli, grande amigo em Mogi das Cruzes, sua primeira diocese. Metrô Capão Redondo. Uma infinidade de lombadas... Como esse lado da cidade cresceu!
Passando pelo campus da Universidade Adventista, ainda se vê ao fundo, a Indústria Superbom.
Chegamos ao Valo Velho (velho e feio!), último reduto paulistano antes de entrarmos em Itapecerica da Serra.
Daí pra frente, não é mais São Paulo, mas tenho que ir um pouco além e passo pela antiga porteira da Fazenda do Frigor Eder, cuja fábrica, na década de 60, localizava-se na Rua Izabel Schmidt, em Santo Amaro e empestava todo o bairro com o desagradável odor da produção das delícias ali fabricadas.
Finalmente o pesqueiro. Amplo espaço natural, mata, flores. Boa infra estrutura, proprietários senhor Paulo e dona Takako, uma simpatia!
Hoje foi mais um dia de aventura semanal, uma das grandes alegrias de meu pai aos seus 91 anos e 8 meses exatos nesta data.
Lidia gostei da descrição do trajeto e das fotos.
ResponderExcluirAbençoada filha que leva o pai para a pescaria!Quisera todos os filhos se dedicassem um pouquinho que fosse aos pais.
abraço grande
Marcia, obrigada pela atenção! Acho que é o mínimo que podemos fazer: dar um pouco de atenção aos nossos velhos. Quem não o faz é por que se esquece que muito provavelmente vai chegar lá, e então...
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