Fica na Rua da Prata e ali está porque é anterior à regulamentação do zoneamento.
Vende um pouco de tudo. Na realidade é o pronto socorro das donas de casa para o preparo de qualquer prato de última hora. Não vende carnes frescas, mas tem toda espécie de frios, embutidos, queijos, pães variados, hortifruti, enlatados, matinais e por aí vai. E tudo de excelente qualidade. Ah, tem uma espirradeira ao lado, que está sempre florida.
Mas o que eu gosto mesmo é de parar no corredor dos temperos e chás. O aroma chega à porta e é impossível sair dali sem levar diversos pacotinhos. É tudo comprado a granel e embalado pelos proprietários, tudo fresquinho. Hoje fui buscar cheiro verde e é claro, trouxe camomila e erva doce também.
Toda vez que entro no mercadinho do seu Gil, lembro de um dos meus filmes favoritos, “O tempero da Vida”, uma produção grega de 2003, que conta a história de um garoto grego que vive em Istambul, na Turquia e passa muito tempo com o avô, um filósofo culinário que o ensina que tanto a comida quanto a vida precisam de um pouco de sal para ganhar sabor. E, toda vez que assisto ao filme, sinto, o tempo todo, o aroma do corredor das especiarias do mercadinho do seu Gil.
Que êsses pequenos mercados permaneçam espalhados pelas ruas dos bairros,pois neles acabamos sendo a Maria, Inês, Carlos e não simplesmente um freguês a mais!Proprietário e freguêses acabam se tornando conhecidos ,de fato.
ResponderExcluirE vamos lá minha amiga Lidia: muito tempero e dos bons para temperar as agruras da vida!
abraço grande
Márcia, você disse uma grande verade, nesse mercadinho o seu Gil chama as pessoas pelo nome ou brinca dando-lhes apelidos divertidos. É impossível sair de lá sem um dedo de prosa. Meu pai o chamava de Manoel , porque é português, então seu Gil passou a chamar meu pai se "seu Joaquim" e assim ficou. Acho que ele nem lembra mais o nome certo dele. Um pouco do que restou deste bairro...
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