quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quase ficou sem a foto


Ao digitalizar a lembrança do Crisma me dei conta de que fui crismada no mesmo dia e mês em que casei no civil 24 de junho, sendo que o ano ficou invertido 56 e 65. Achei sugestivo e fui à cata de algo que escrevi sobre o enlace. Mais alguns florais do fundo do baú.

Meu noivo cursava o último ano de faculdade na PUC e trabalhava como encarregado de custos no Eli Lilly do Brasil. Eu começara a lecionar numa escola de emergência do Estado e em maio ainda não havia recebido nenhum salário. Era comum atrasar o pagamento dos professores. Estávamos construindo nossa casa, num loteamento novo ao lado do Autódromo, na Cidade Dutra, assim, era necessário muito jogo de cintura com o orçamento

Meus pais faziam gosto que se fizesse uma festa, pelo menos para receber os parentes próximos e alguns amigos. Eu era a primeira de casa a se casar. Nós queríamos fazer uma viagem. Conhecer um pouco do Paraná e Santa Catarina. Com igreja nada gastamos, pelo contrário, ganhamos muitos presentes, inclusive nossa estadia em Ponta Grossa, para visitar Vila Velha, foi bancada pelo Seminário dos Missionários do Verbo Divino, que tinha dentro da chácara do seminário uma casa de hóspedes.

Festa organizada, passagens compradas – Auto Viação Penha, saindo da antiga Rodoviária com destino a Curitiba, táxi contratado, um Chevrolet preto, de um taxista conhecido, que fez um preço camarada, só faltava o fotógrafo. Um colega da PUC se propôs a documentar o enlace, como presente de casamento. Ótimo!

Casados e retornados de viagem, volta meu marido às aulas e no primeiro dia, recebe a notícia do colega fotógrafo, de que ele esquecera de tirar a tampa da máquina. Portanto: sem fotos. Nós queríamos enforcá-lo, mas não ia resolver nada.

Passados alguns meses, recebemos a visita de um padre, ex colega de seminário de meu marido, que nos traz, um pouco sem jeito, as fotos que tirara do casamento para testar sua máquina.Bem aventuradas fotos, são o único registro da data.


O bolo, cujo modelo estava em moda, foi decorado com uma lira de confeitos que sustentava o andar de cima, onde coloquei um arranjo de flores, pois detestava como ainda detesto aqueles noivinhos. Foi feito por uma boleira famosa aqui no bairro.

Por favor, não riam do meu cabelo, também era assim que se usava e juro, não tinha Bom Bril como recheio, era cabelo mesmo.



Ah, e no convite, não entendo por que, não colocaram o nome do meu sogro, Marcilio Leite da Silva, “in memoriam”, como se faz hoje.


Um comentário:

Obrigada pela visita. E por favor, deixe seu nome para que possa agradecer individualmente.