sexta-feira, 15 de abril de 2011

Doce de cidra

Há cerca de um mês, estive numa pequena cidade do interior, uma cidade de primeira - quer dizer, você engata a primeira e quando passa para segunda já saiu da cidade – e, num desses mercadinhos onde se encontra de tudo, entre as iguarias da vitrine lá estava o tão desejado doce de cidra, que há muito não via. Desejado, na verdade, pelo meu pai. Comprei, ele matou a vontade e eu viajei no tempo. No quintal da casa da minha avó Deolinda tinha um pé de cidra. Para os mais novos explico: o que chamamos de cidra (não sidra) é um tipo de limão verde escuro, que não serve para nada a não ser para fazer doces e compotas com a casca. E dá um trabalho! Mas minha avó fazia, para delícia dos filhos e netos.




Primeiro retira-se o bagaço da fruta, quer dizer, a parte que tem os gomos. Corta-se a casca com a polpa agregada e coloca-se de molho em água fria, que deve ser trocada diariamente, por uma semana aproximadamente, até a fruta perder o amargo. Daí, podemos fazer a cidra em calda, cristalizada ou a compota com ela ralada.




O doce de cidra que compramos era em formato de bolinhas, quer dizer, foi feita a compota bem apurada, até açucarar, enrolaram os docinhos e deixaram secar – os antigos secavam ao sol. O modus operandi é o mesmo para doce de abóbora, batata doce, cocada...



Voltando ao quintal, ali havia também um pé de lima da Pérsia, que dizem ter propriedades medicinais e um pé de araçá, ah, esse sim, a nossa alegria. Quem nunca comeu araçá não sabe o gosto da infância, da liberdade de um quintal grande cheio de plantas e bichos, da magia de brincar com argila tirada do barranco do rio.

3 comentários:

  1. Já estou com vontade de experimentar este doce!
    Obrigas pelas igualmente doces palavras.
    Um beijo e boa semana!
    David

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  2. Comi muito doce de cidra feito pela mamãe na década de 50, em Botucatu, onde cresci. Ela fazia doces em calda, cidra, goiabada, doce de leite, e sempre havia algo gostoso para eu provar. Nessa época não tínhamos geledeira nem liquidificador. O forno era a lenha, mas tocado a "pó de serra" que papai ia buscar na serraria em sacos pesados.

    Creio que nunca mais comi doce de cidra desde aquela época. Só ficou a saudade dos doces da mamãe...tempos que não voltam mais...

    Camilo Roberto
    Rio Preto

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  3. Adorei relembrar como se faz doce de cidra,,,lembro da minha mãe preparando, e depois ficar trocando agua por causa do amargo. Beijo da sempre amiga, Vitoria

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