sábado, 30 de abril de 2011

Mais de 30 anos depois


Dia 1º de maio, a Igreja verá jubilosa, a beatificação de João Paulo II. E é com júbilo que posto neste espaço, minhas impressões escritas acerca da primeira visita dele ao nosso país. O Brasil foi um dos primeiros países a receber a visita do recém-eleito papa João Paulo II. Um cardeal polonês, com história de vida e formação bem diferentes daquela de seus antecessores italianos.

Ao saber de sua vinda a São Paulo, não descansei enquanto não consegui um lugar numa caravana organizada pela Diocese de Mogi das Cruzes.

Naquele 3 de julho de 1980, saímos bem cedo pois era sabido que o Estádio do Morumbi seria pequeno para acolher a multidão que para lá se deslocava.




Fazia muito frio e choveu o dia todo. O trânsito congestionou na Rodovia Pres Dutra e por conta disso, quando chegamos, encontramos os portões fechados por medida de precaução, pois a multidão que se encontrava do lado de fora era igual ou maior que o público no interior do estádio.





Guiados pelos dirigentes de nossa caravana, fomos desbravando a multidão e conseguimos chegar junto a um dos portões. Dali ouvíamos o canto uníssono que antecedia a entrada do Sumo Pontífice.

Por volta das 16 h, encharcados, gelados, famintos e sem ter conseguido um banheiro, exultamos ao ver-se abrir aquele portão.



Lentamente, conforme orientação dos bombeiros, a multidão começou a mover-se como lava derramada para dentro do estádio ao mesmo tempo em que os que lá estavam, espremiam-se num movimento harmônico nas arquibancadas, abrindo clareiras onde nos acomodávamos.





Como previsto, o estádio excedeu sua lotação e aqueles que não conseguiram entrar, permaneceram do lado de fora imóveis, ouvindo a celebração através do sistema de som.

Binóculos em punho, ali, naquele que foi “O encontro do Papa com os operários”, uni minha voz à da multidão ao som de:

“A bênção João de Deus, nosso povo te abraça,
Tu vens em missão de paz, sê bem-vindo!
Abençoa este povo que te ama ".

O que se passou ali, as personalidades presentes, os discursos, etc... foi documentado e amplamente divulgado pela mídia, não preciso falar, apenas guardar em meu coração e lembrar hoje, quase 31 anos depois, com uma especial saudade.

São Paulo dentre tantas cidades foi, naquela viagem do Papa, uma das poucas que teve o privilégio de acolher e ser abençoada por aquele que seria sem dúvida e apesar das polêmicas, uma das maiores personalidades da humanidade do século XX: Karol Wojtila – o Papa Missionário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita. E por favor, deixe seu nome para que possa agradecer individualmente.