19 de junho de 2016 - É chegado o momento que deveria ser o ápice desta viagem, seu motivo principal e único, meu presente de aniversário: ir a Machu Picchu. Mas agora que o sonho se torna realidade, fica difícil afirmar com certeza, quando e onde foi o ápice desta aventura. Acho que estes transcorridos 9 dias foram ao todo e cada um em si ápice, presente, aventura. E ainda terei mais um dia.
Quando finalmente fechei este pacote para o Mundo Inca, trazia expectativas, emoções, ansiedade, temores. Hoje, depois de escalar todos os degraus da Cidade Sagrada tenho a certeza de que tudo, absolutamente tudo, superou em muito minhas expectativas e me surpreendeu sobremaneira.
Às 6h, com a temperatura em 2ºC, embarcamos em Cuzco, no trem panorâmico que nos levou a Águas Calientes. Apesar da agitação que nos dominava, acomodamo-nos confortavelmente, quatro em cada mesa, forrada com toalhas de tapeçaria regional e desfrutamos de um café da manhã peruano. Havia também physalis, dispostos em um palito de churrasco, mas fiquei tão encantada que os devorei antes da foto.
Acompanhando o curso do Rio Urubamba, pelo Vale Sagrado, através das amplas janelas laterais e superiores do trem, nosso olhar absorvia deslumbrado, os cenários que se alternavam pelo caminho. Vilarejos, plantações, os Andes, ah, os Andes! Variando de cor de acordo com o tipo de rocha, ou exibindo seus cumes nevados e me fazendo cada vez mais, me planejar para tocar a neve. Mas isso é outra história.
À medida que avançávamos em direção ao sul, a paisagem muda rapidamente e, de repente, não eram rochas, ou aridez que se via, mas sim, a exuberância da mata, com o verde que se tornava cada vez mais denso. Estávamos na Amazônia peruana - Águas Calientes, onde rapidamente seguimos a guia para embarcar no ônibus que nos levaria à base de Machu Picchu. Ônibus esse, pequeno, como nossos alternativos por aqui. E velho, muito velho.
Há 2.430 m de altitude e 30ºC de temperatura, carregando a mochila com toda a roupa tirada pelo caminho, subir os infindáveis e irregulares degraus que levam ao ponto ideal para observar toda a área de Machu Picchu, não é uma tarefa fácil. Mas devagar, em silêncio e boa respiração até eu cheguei lá. E então, sentei no chão e pedi à guia: " faça uma foto, pois ninguém vai acreditar".
A estrada de terra que conduz à Cidade Sagrada é estreita, ladeada por precipicios de um lado, em todos os 400m de subida em que contorna a montanha. A passagem de veículos em sentidos opostos só é possível em determinados pontos do caminho. Ao entrarmos no parque, vendo o Rio Urubamba como um filete d`água lá embaixo, cheguei a perguntar a mim mesma, o que é que eu estava fazendo ali?.
E com fotos, muitas fotos, encerro este dia. Palavras são inúteis nestas ocasiões.
* Em todo solo sagrado no Peru os degraus são irregulares para que as pessoas olhem para o chão e não para os deuses.
* As construções se diferenciam conforme a finalidade : de uso humano com pedras irregulares e rústicas, dedicado ao divino com pedras de formas definidas e sempre polidas.
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